quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Taguatinga, reduto da poesia no Planalto Central


O que seria do Rio de Janeiro sem o Samba ou de Recife sem o Frevo? Isso sem falar no Boi Bumbá e no Axé dos nossos baianos. Cada cidade tem a sua particularidade, sua marca que a faz especial a sua maneira. Taguatinga, como não poderia ficar de fora, também tem seus encantos.

A cidade quase foi batizada, a título de homenagem póstuma, de “Presidente Kennedy”, mas optou-se pelo topônimo Tupi Guarani “Taguatinga”, surgido da fusão de Tauá + Tinga, que significa “Barro Branco”, característica geológica da região. Em sua criação, alguns tradutores, equivocadamente, traduziram o termo como “Ave Branca” (Igra + Tinga), o que não tardou em se tornar o símbolo da cidade, presente inclusive em sua bandeira.

Em meio a tantas peculiaridades, talvez a mais marcante seja o fato de Taguatinga ser considerada, por muitos, a cerne da poesia brasiliense. É muito comum encontrarmos poetas recitando suas linhas em bares, em praças acompanhados do violão e principalmente nos saraus que são muito frequentes naquela cidade.

Por que a poesia paira no ar de Taguatinga?

Há algumas possíveis definições acerca dessa bruma poética que paira nos ares de “Taguá”. Segundo o Jornalista Zé Carlos, da coluna Fala Zé do Correio Braziliense, Taguatinga é originalmente independente de Brasília e, por tanto, desenvolveu também sua independência cultural”. E complementa: “Taguatinga tem origem independente de Brasília, movimentos culturais distintos, ideologias próprias. A função da poesia é tocar, também, os menores-carentes-culturais, por isso o lugar da poesia é na rua, é na nossa comunidade”.

Taguatinga é a melhor opção para os admiradores das artes, pois, regularmente é palco de diferentes saraus como o – já tradicional – Tribo das Artes (www.tribodasartes.org.br), o do Sítio Geranium (www.sitiogeranium.com.br) e o favorito da galera mais jovem, o Soma Cultural (www.somacultural.com.br) que sempre traz em suas edições a apresentação de bandas alternativas, exposições de arte conceitual, além de muita poesia e gente bonita vinda de todos os cantos do DF. “É notória a presença de pessoas de outras cidades, principalmente do Plano Piloto, nesses eventos. Isso é o que faz de Taguatinga o “point” da poesia do D.F”, comentam Fernando Teles e Rafael Marques, idealizadores do Soma Cultural.

A poesia taguatinguense não tem hora nem local, ela simplesmente surge numa mesa de bar, em shows… e isso é o que faz de Taguatinga o Monte Parnasus do Planalto Central.

Por Marina Mara - http://www.marinamara.com.br/

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